Empreendedorismo nas Universidades

A Endeavor é a rede formada pelas empreendedoras e empreendedores à frente das scale-ups que mais crescem no mundo e que são grandes exemplos para o país.
Pesquisa da Endeavor Brasil compara interesse dos estudantes em empreender e recursos oferecidos pelas universidades.
Lançada pela Endeavor durante a Rodada de Educação Empreendedora Brasil – REE, realizada em Florianópolis (SC), entre os dias 8 e 10 de outubro, a pesquisa Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras 2012 apresentou um retrato do jovem empreendedor no país, resultante de entrevistas colhidas com 6.215 universitários de todas as regiões, entre fevereiro e maio de 2012. Segundo o estudo, 6 em cada 10 estudantes universitários brasileiros gostariam de ter a própria empresa no futuro.
Mais que isso, mostra que o interesse dos alunos em empreender não se restringe às carreiras ligadas diretamente à gestão de negócios, como administração ou economia. A taxa que mede a intenção de abrir um negócio próprio varia bem pouco entre cursos da área de exatas, como engenharias (62,7%) e física (56%), e de humanas, como arquitetura (65,6%) e direito (56,3%). Na faculdade de administração, por exemplo, o número de alunos que pensa em empreender é apenas 0,1% maior do que no curso de arquitetura.
Por outro lado, enquanto a parcela de estudantes de administração que já cursaram alguma disciplina ligada ao empreendedorismo é de 53,7%, a mesma taxa cai para 21,9% quando se trata do curso de arquitetura. O mesmo acontece em outras carreiras, como engenharias (39,8%), física (28%) e medicina veterinária (33,3%). No total, a média dos estudantes que já cursaram uma disciplina ligada ao empreendedorismo é 44,2% e daqueles que dizem usar seu tempo para aprender a iniciar um negócio, 28,4%.
Entre os motivos que podem contribuir para isso, conforme avaliou Amisha Miller, gerente de pesquisas e políticas públicas da Endeavor Brasil, estão “restrição dos programas de empreendedorismo às carreiras relacionadas à gestão de negócios”, “fraca divulgação” ou até mesmo “baixa qualidade”. Enfatizou ainda que os resultados discrepantes não dependem apenas da responsabilidade das universidades (apenas 4,3% delas não oferece atividades ligadas ao empreendedorismo), mas dainiciativa do próprio aluno.
“Os cursos de empreendedorismo deveriam ter a mesma atenção em todas as faculdades, mas conta também a atitude dos alunos para descobrir as oportunidades”, destacou Miller.“Elas estão aí e os bons empreendedores sabem disso.”
Diferentes experiências empreendedoras
A preparação (ou a falta dela), como revelou a pesquisa, gera um impacto direto na confiança dos estudantes para abrir o próprio negócio. Em uma escala de 0 a 100, amaior confiança (entre 61 e 100) é 10% superior entre os alunos que cursaram disciplinas de empreendedorismo. Soma-se a isso o nível de aprofundamento do ensino: a confiança para “estimar o valor de capital inicial e capital de giro necessário para iniciar um novo empreendimento”, por exemplo, obteve uma média de 51,81 pontos – um valor baixo, quando comparado a habilidades menos técnicas.
Isso ajuda a explicar porque a maior parte dos estudantes que já tem negócio próprio encontra-se nos cursos de pós-graduação, seja um MBA, Mestrado ou Especialização, com uma média de 22,1%, contra uma parcela bem menor entre os estudantes de graduação, de 7,9%. “Os alunos mais velhos costumam ser mais confiantes do que os mais novos, o que reforça a importância da preparação para o empreededorismo”, pontuou Amisha.
Uma das recomendações oferecidas pelo relatório para suprir esta lacuna, mesmo entre os que já empreendem, é o engajamento em organizações estudantis e fazer estágios em startups – embora esta bagagem seja restrita a uma minoria dos estudantes, 70% dos envolvidos nessas atividades relataram aumento de confiança.
Neste contexto, incluem-se diretamente as iniciativas promovidas pela Endeavor, capazes de favorecer atroca de conhecimento e de experiências em sua rede, como a Rodada de Educação Empreendedora Brasil – REE, conferência que reúne educadores para estimular a formação de redes de empreededorismo nas universidades, e o programa Bota pra Fazer, curso de criação de negócios de alto impacto, oferecido via instituições parceiras de ensino.
A Semana Global do Empreendedorismo, por sua vez, um movimento de escala mundial dedicado ainspirar, conectar e capacitar jovens e adultos nas mais diversas áreas do empreendedorismo, está pronta para promover suas atividades entre os dias 12 e 18 de novembro em todo o Brasil. Apesar de não estar diretamente ligada à universidade, este evento oferece, sem dúvida, contribuição fundamental para oenriquecimento do cenário da educação empreendedora no Brasil.